Nós somos as mãos que amparam uma travessia incerta.
Nós somos os ouvidos que colhem histórias de vida.
Nós somos os braços que acolhem prantos e alegrias.
Somos pessoas que se dedicam, sinceramente, a gerar a
fé no ser humano. Aquela fé que vem da certeza de
que não estamos sós, porque, no momento de maior
fragilidade da nossa vida, alguém nos viu, ouviu,
amparou. Mesmo com todas as limitações. Mesmo
sem poder fazer mais.
Nós somos a lembrança de que a humanidade pode ser
solidária, e isso regenera nossa confiança nos laços
sociais, resgata nossa inocência, nos tira da aridez
gerada por toda escassez plantada no planeta.
Esse é o tipo de ação que leva o nosso foco para além das
nossas dores ou problemas cotidianos.
Ao resgatarmos esses sentimentos nos pacientes e acompanhantes, também somos transformados.
Ao fazer de um ambiente um lugar em que todos podem ser
cuidados, independentemente de sua origem, plantamos
uma nova possibilidade de existência pessoal e coletiva.
Esse é o tipo de justiça que se faz com as próprias mãos:
a justiça social.